48 adolescentes que cumprem medidas socioeducativas concluem curso de aprendizagem profissional

Formatura encerra primeiro ciclo de Projeto

Ontem (14/8) e hoje (15/8), foi dado enorme passo para reinclusão na sociedade e no mercado de trabalho de jovens em situação de acolhimento institucional, em cumprimento de medida socioeducativa nas unidades de internação de Santa Maria e Recanto das Emas.

Após dez meses, o Projeto “Medida de Aprendizagem” encerrou suas primeiras duas turmas, formando 48 adolescentes. Os jovens concluíram curso de assistente administrativo ou de pedreiro de revestimento. As aulas e as atividades práticas ocorriam no contraturno e eram realizadas dentro da unidade prisional. Cada aprendiz recebeu bolsa no valor de meio salário mínimo.

O Projeto é resultado de Acordo celebrado entre o Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal, a Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, a Superintendência Regional do Trabalho do Distrito Federal, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, a Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Departamento Regional do Distrito Federal e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial no Distrito Federal.

O objetivo primordial da iniciativa é promover a reinserção social do jovem, qualificando-o para o mercado de trabalho e oferecendo as ferramentas necessárias para que, ao deixar a unidade de internação, possa se inserir no mercado de trabalho, rompendo o ciclo de pobreza e a trajetória infracional.

A procuradora Ana Maria Villa Real, representante do MPT-DF e coordenadora regional da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância), classificou a formatura como “momento único e emblemático na história do sistema socioeducativo do Distrito Federal” e afirmou que a implementação da aprendizagem profissional nas unidades de internação traduz a “ressignificação de valores, reconstrução de cidadania e resgate de vida”.

A festividade também foi de muita emoção para os familiares dos jovens formandos, especialmente as mães, que enxergam na colação de grau, um divisor de águas para o futuro dos jovens.

Elenice dos Santos entende que o curso foi fundamental para preencher a cabeça do seu filho e contribuir com seu amadurecimento: “Antigamente ele não tinha uma expectativa. Ele trabalhava e estudava, mas não tinha aquela perspectiva de fazer algo. Agora não. Agora ele fala de terminar, de fazer a faculdade, ele fala que o professor do curso disse que ele é um homem de destaque. Ele quer fazer Tecnologia da Informação ou Educação Física. Ele está bem otimista”.

Eliete Gomes também notou seu filho “mais responsável” após o curso. “Eu digo que ele entrou um menino e vai sair um homem. Ele fala em cursar Educação Física e prestar concurso para agente penitenciário”, declara orgulhosa.

Além de a procuradora Ana Maria Villa Real, compuseram a Mesa a juíza de Direito Titular da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas do Distrito Federal Lavínia Tupy Vieira Fonseca; o diretor regional do O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF), Marco Antônio Areias Secco; o promotor de Justiça de Medidas Socioeducativas no Distrito Federal, Márcio Costa de Almeida; o subsecretário do Sistema Socioeducativo da Secretaria de Estado de Justiça do Distrito Federal, Demontiê Alves Batista Filho; o diretor da Unidade de Interação de Santa Maria, Anderson Hirley Coelho da Silva; a professora paraninfa da turma de Santa Maria, Francispaula dos Santos Capistrano Costa.

Também estiveram presentes nas solenidades, a procuradora regional Soraya Tabet Souto Maior, os procuradores Joaquim Rodrigues Nascimento, Renata Coelho, Luís Paulo Villafañe Gomes Santos e Dinamar Cely Hoffmann e Marici Coelho de Barros Pereira, o conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Francisco Luciano de Azevedo Frota, os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), Grijalbo Fernandes Coutinho e Mário Macedo Fernandes Caron e o juiz do Trabalho Denilson Bandeira Coelho.

 

 

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